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Sociedade do Cansaço

A “Sociedade do Cansaço” é um livro escrito pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han. Publicado em 2010, o livro explora temas relacionados à sociedade contemporânea e aos desafios enfrentados pelas pessoas em um mundo caracterizado pela:

  • hiperconectividade: estar 100% do tempo disponível para o tudo e todos. Quem nunca foi cobrado por não ver uma mensagem que chegou há dois minutos no seu email ou whatsapp?;  
  • excesso de informação: a globalização definitivamente nos ajudou a ter mais conhecimento, por outro lado a exigência de ter que saber tudo nos leva a um esgotamento físico e mental, e; 
  • culto à produtividade: já ouviu aquela frase clichê: trabalhe e estude enquanto eles dormem… acredite, ela não é sustentável! 

O autor conduz o livro por algumas ideias centrais que são elas:

  • Excesso de Positividade: vivemos em uma sociedade que valoriza excessivamente a positividade, onde a pressão para ser produtivo, bem-sucedido e feliz é constante. Isso cria uma cultura de otimismo compulsivo. Freud dizia: Compulsão é um deslocamento inconsciente do afeto na tentativa de aplacar a angústia.
  • Sociedade do Desempenho: Conceito trazido pelo autor com o intuito de dar a visão de que as pessoas são levadas a se tornarem produtivas e eficientes, sem medir nenhuma consequência… nem mesmo o seu bem-estar.
  • Individualismo: Ele discute como o individualismo exacerbado pode levar à solidão e ao isolamento. Ele explora como a pressão para se destacar individualmente pode resultar em uma falta de solidariedade social. Vale lembrar que somos seres sociais, não conseguimos sobreviver sozinhos!
  • Fadiga e Cansaço: O autor argumenta que, apesar do progresso tecnológico e das comodidades modernas, as pessoas estão cada vez mais exaustas. Isso não é apenas físico, mas também mental, devido à constante exigência de estar sempre disponível e conectado. O que nos leva a uma fadiga emocional causando a tal da síndrome de burnout.
  • Tecnologia e Comunicação: Ele aborda como a tecnologia, embora tenha conectado as pessoas mundialmente, também pode contribuir para a alienação, pois as interações online muitas vezes carecem da autenticidade das relações face a face. Uma forma fácil de observar isso é só comparar o número de ligações que você recebeu no seu aniversário versus o número de mensagens e posts em mídias sociais e WhatsApp!
  • Elogio do Silêncio: O autor destaca a importância do silêncio e da contemplação em meio a tantas coisas desagradáveis constantes da sociedade contemporânea. Ele argumenta que a reflexão e o espaço para o vazio são essenciais para a saúde mental. Para quem viu o vídeo “Sua majestade: O cérebro” no início de Janeiro no meu instagram, vai lembrar que mencionei sobre o DMN, um sistema no nosso cérebro que é ativado quando estamos descansando. Se ainda não viu, corre lá para dar uma olhadinha! 

Resumindo, esse é um livro curto e direto que critica o extremismo da sociedade contemporânea. Ele me fez lembrar de uma frase que ouvi em um podcast que dizia: “Focamos em fazer mais do que sermos mais”; Pura verdade não é? Trabalhamos tanto para alcançar os objetivos, mas quando alcançamos não nos sentimos satisfeitos, você já refletiu sobre isso?

Trazendo para a psicanálise, faço um paralelo com a defesa maníaca, que é um conjunto de mecanismos de defesa que acontecem inconscientemente em ações contra angústias depressivas e culpa. É uma forma de preencher um vazio através de excessos e extravagância: compras frenéticas, baladas, festas, drogas, álcool, até remédios anestésicos, ou seja, todas formas de excesso para fugir dessa angústia ou culpa e o trabalho também pode ser uma das formas quando em excesso, nos levando a um esgotamento emocional ou burnout.

Uma forma de observar se estamos no fluxo dessa sociedade é observar se fazemos mais do que somos. O extremismo não é bom para nenhum lado, o importante é identificar e buscar o equilíbrio!

Me conta, você se enxerga nessa sociedade do cansaço? E como você acha que podemos melhorar e buscar o equilíbrio?

Abraços, 

Elaine!

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